Obama em Selma: A marcha contra o racismo "ainda não terminou"

Dezenas de milhares de pessoas reuniram-se na pequena cidade de Selma no 50.º aniversário da marcha pela igualdade de direitos cívicos.
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O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu hoje que o racismo ainda "não desapareceu" e que a marcha realizada há meio século contra o racismo "não foi concluída", recordando os recentes tumultos na cidade de Ferguson.

Obama saudou hoje na cidade de Selma, no estado de Alabama, a coragem daqueles que há 50 anos lutaram para obter o direito de voto para todos, defendendo que a marcha contra o racismo "ainda não terminou".

Hoje, o primeiro presidente negro da história norte-americana contestou a ideia de que "o racismo tenha desaparecido", defendendo que não era preciso "o relatório Ferguson para saber que isso não é verdade".

Obama referia-se ao documento divulgado esta semana pelo Departamento de Justiça que aponta para um comportamento discriminatório da polícia de Ferguson, onde se registaram violentos tumultos após a morte de um jovem negro.

"Nós apenas temos que abrir os nossos olhos, os nossos ouvidos e os nossos corações para saber que a sombra da história racial deste país ainda paira sobre nós", disse no discurso das celebrações da marcha realizada há 50 anos em defesa dos direitos civis, que terminou com uma violenta carga policial contra os manifestantes.

Hoje, dezenas de milhares de pessoas reuniram-se na pequena cidade de Selma para recordar aquele dia.

"Sabemos que essa caminhada ainda não terminou", afirmou Obama, denunciando a criação, em alguns estados norte-americanos, de leis que tornam a votação mais difícil para as minorias: "Ainda hoje, em 2015, 50 anos após Selma, existem leis em todo o país projetadas para tornar a votação mais difícil".

Obama sublinhou que a marcha de Selma foi e continua a ser uma fonte de inspiração para "milhões de pessoas" em todo o mundo e que "é um erro sugerir que o racismo desapareceu, que o trabalho realizado pelos homens e mulheres de Selma terminou".

"Das ruas de Tunes às de Maidan, na Ucrânia, esta geração de jovens pode inspirar-se neste lugar, onde os mais fracos puderam mudar a maior potência do mundo e empurrar seus líderes a expandir as fronteiras da liberdade", afirmou.

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